Mar de palavras. De verso em verso, o mar vai sendo desbravado. Por meio de cada conto, uma nova vivência. Em cada gesto, um novo rabisco sendo traçado. Ver a vida através de palavras compõe a perspectiva de Kaliana sobre o mundo. Seu tempo é dividido em duas grandes paixões: leitura e escrita.
Desde o momento em que aprendeu a escrever nunca parou de exercitar sua criatividade através de poemas, poesias, histórias e rimas. Suas mais antigas recordações são de momentos onde se encontra em meio a escrita. Ler, escrever, pensar, viver, parece ser um ciclo perfeito para quem ama traçar a vida através de palavras.
Conheça mais sobre o trabalho da Kaliana aqui.
Sossego à beira-mar.
Kaliana Medeiros
-
Quem são seus artistas favoritos (música, literatura, arte, etc)?
Eu gosto muito da Lionel Shriver, Anne Rice, Índigo... Todas elas são escritoras maravilhosas! Já na música, adoro a P!nk, Karina Buhr, Alice Caymmi e Elza Soares. Gosto de muita coisa brasileira.
-
Com qual figura histórica você mais se identifica?
Eu não saberia dizer uma figura histórica com a qual eu me identifico porque eu nunca tive a pretensão de pensar “Nossa, um dia eu vou ser como tal pessoa”. Não tenho uma pessoa que seja um exemplo de meta de vida, mas eu admiro muitas pessoas que marcaram a história. Para citar alguns nomes: Mahatma Gandhi, com toda a pacificação de uma revolução, e Coco Chanel, que revolucionou a moda ao utilizar calças como uma peça do guarda-roupa feminino.
-
Quem é a mulher que você mais admira?
Atualmente, tem uma mulher que eu acho que está fazendo um trabalho muito bacana: a Jout Jout. Ela dissemina uma mensagem feminista de uma forma bastante jovem e didática, por meio do canal dela no YouTube. Admiro também a Clarice Lispector, com toda a visibilidade que ela deu para as mulheres na literatura.
-
Qual é a grande paixão da sua vida?
Ela é uma paixão só, que se divide em duas: ler e escrever. Eu faço as duas coisas o tempo todo e chego a virar dias e noites lendo e escrevendo. A partir do momento em que eu aprendi a escrever, venho fazendo poesias, poemas, histórias, etc. Desde então nunca parei.
-
Qual a sua ocupação atualmente?
Atualmente sou bolsista da Universidade Federal do Ceará. Já participei de vários projetos do curso de Publicidade e Propaganda e agora estou em busca de estágio na área de criação. O mercado ainda procura um perfil de criação “dois em um”, exigindo tanto uma produção textual no seu currículo quanto o domínio de ferramentas de design, e isso acaba dificultando um pouco.
-
Você sempre teve interesse por essa área?
Sempre tive interesse e sempre vou ter. Meu sonho é ter minha casa na praia, uma máquina de escrever e passar o dia todo escrevendo. Nas minhas memórias mais antigas, eu estou fazendo versos, pensando em histórias, fazendo rimas, escrevendo alguma coisa. É a minha grande paixão mesmo.
-
Você acha que o seu trabalho traz alguma contribuição no sentido de representatividade/empoderamento feminino?
Eu acredito que o meu trabalho na área de redação é muito importante para o empoderamento feminino, não só pelo o conteúdo que eu posso criar, mas principalmente por ser um incentivo para que mais mulheres possam se interessar pela área. Acho que é uma forma de incentivar, de dizer “Olha, você pode fazer algo muito bacana também, vamos em busca desse sonho”. Além disso, contribui também para tentar mudar toda essa logística que existe no mercado publicitário, na criação de campanhas problemáticas que têm um conteúdo depreciativo da imagem da mulher. Só quem pode mudar isso são mulheres, fazendo novas campanhas.
-
Você nota que existe, ou já existiu, alguma diferença no tratamento do seu trabalho pelo fato de você ser mulher?
Eu sei que existe uma diferença na avaliação de um trabalho de um homem e de um trabalho de uma mulher na criação. Isso porque parece que as criativas precisam ter mais do que o respaldo de já estar na criação. Elas precisam ser mais. Enquanto isso, o homem já tem a confiança no seu trabalho garantida somente pelo o que ele faz. Fora que a credibilidade das mulheres fica fragilizada, pois elas são julgadas pela aparência, pela forma que se portam, etc. Ao mesmo tempo que há uma cobrança pela vaidade, elas sofrem assédio por isso. É tudo muito problemático.
Temos o exemplo da Joana Monteiro, uma mulher que já ganhou diversos prêmios, é considerada a publicitária mais criativa do mundo, mas ninguém conhece o trabalho dela. Quem conhece esse nome? A gente escuta falar muito sobre o Washington Olivetto e acaba aí.
-
Você teria alguma indicação de outra pessoa que discute o tema do empoderamento feminino na publicidade?
Minha primeira indicação é a artista Carolina Carmo, que compartilha suas reflexões no Bicicleta Para Dois. Ela escreve várias mensagens sobre como é importante valorizar o seu eu e não se desesperar com o que o mundo a sua volta fala de negativo, numas ilustrações super bacanas.
Outra é a Anna Brandão, que faz umas ilustrações incríveis, colagens digitais, sem medo de ser irreverente e falar o que pensa. Conheci a arte dela quando ela tinha o tumblr Cheddarts, mas que não existe mais. Hoje ela se dedica à página Apebeá, conscientizando sobre a valorização de artistas independentes, que não são ligados a grandes corporações.
-
Qual a sua citação favorita?
“Todos estamos deitados na sarjeta, só que alguns estão olhando para as estrelas." (Oscar Wilde).