top of page

Natasha não para. Sua inquietude e espontaneidade fizeram com que o que antes era considerado hobby, seja hoje o seu trabalho. No ritmo do mar, ela perpassa pelos mananciais da cidade, coletando búzios de arte e deixando sua marca.

 

Marca que reflete atitude, marca que mostra quem ela é, marca que ela deixa na rua. Cenário de passagem, lugar comum de todos, espaço pertencente também à mulher. Mulher com garra, que suja a mão, pinta e se pendura em muro alto para poder gritar sua arte.

Conheça mais sobre o trabalho da Natasha aqui.

Da rua e do mar.

Natasha Lomonaco

  • Quem são seus artistas favoritos (música, literatura, arte, etc)?

Na música: Björk, PJ Harvey, Emiliana Torrini, Lauryn Hill, Mia Doi Todd, Céu, Baiana Sound System, Academia da Berlinda, Otto, Nação Zumbi, Chico Science, Pink Floyd, Fiona Apple, Chet Baker, Miles Davis, Billie Holiday, Bat for Lashes, Gal Costa, Jorge Ben, Cat Power, The Knife, Erykah Badu, Massive Attack, Portishead, Nobuo Uematsu, Criolo, Devendra Banhart, Feist, etc.

 

Na literatura, fora os livros da área, dois autores que sempre me prenderam bastante foram Umberto Eco (O Baudolino) e Haruki Murakami (Minha Querida Sputnik).

 

Artistas no geral: Trash Riot, Julien Pacaud, Eduardo Recife, Eugenia Loli, Acidum, Os Gêmeos, Conrad Roset (Gris Game), Supakitch e Koralie, Ric Stultz, Toni Demuro, VJ Suave, Mattias Adolfosson, Marina Papi e Marina Esmeraldo.

  • Com qual figura histórica você mais se identifica?

Não tem alguém que eu me espelhe, nunca idealizei ninguém. Eu só tento ser a Natasha e fazer as coisas do jeito da Natasha. Fazer a diferença assim, do meu jeito, sendo quem eu quero ser sem medo de ser feliz.

  • Quem é a mulher que você mais admira?

Björk.

  • Qual é a grande paixão da sua vida?

Mar e praticamente tudo que tenha relação com ele. Desde a vida marinha até as sensações que ele me causa.

  •  Qual a sua ocupação atualmente?

Trabalho como Designer Gráfico na Braselco Energias, uma empresa voltada para o mercado de energias renováveis. Como freelancer, faço ilustrações para tatuagens. Trabalho fazendo colagens/lambes e, há pouco tempo, comecei uma parceria com a Bianca Misino, onde fazemos uma mistura com as ilustrações dela e minhas colagens.  

  •  Há quanto tempo você trabalha na área criativa?

No mercado mesmo, há 2 anos. Antes de começar o curso de Design Gráfico na FA7 já fazia algumas ilustrações para tatuagens.

  •  Você sempre teve interesse pela área criativa?

Na verdade, não. Sempre tive uma paixão absurda por tubarões e, antes do design, fiz alguns anos de biologia na UECE e depois transferi para a UFC. Fui bolsista no LABOMAR por um pouco mais de um ano e estudava/trabalhava com tubarões. Sempre desenhei e me interessei por arte desde pequena, mas cresci escutando muito aquele "Esse tipo de coisa é hobby e não trabalho" que a gente conhece bem.  Depois de um tempo acabei vendo que, na verdade, o hobby mesmo eram meus tubarões e o trabalho, meus desenhos.

  • Você acha que o seu trabalho traz alguma contribuição no sentido de representatividade/empoderamento feminino?

Acho que qualquer mulher que tenha a coragem de se jogar dentro de uma área onde a maioria são homens já contribui bastante. Há pouco tempo comecei um projeto com a Bianca Misino, ilustradora maravilhosa que foca bastante em mulheres, onde juntamos nossos trabalhos (ela com a ilustração e eu com as colagens) e fazemos lambes para espalhar pela cidade. No trabalho com a Bianca nós usamos mulheres em situações que tratam da livre expressão da mulher. Da coisa de  não se deixar ser reprimida.

O fato de nós estarmos participando desse nicho em Fortaleza já é representatividade já que, na rua, o domínio é dos homens. Além da ideia que os lambes em si passam, é bom pra mostrar que lugar de mulher também é na rua. Que mulher também suja a mão, que mulher também pinta e se pendura em muro alto pra poder gritar sua arte de um pico onde escutem a gente melhor.

  • Você nota que existe, ou já existiu, alguma diferença no tratamento do seu trabalho pelo fato de você ser mulher?

Eu acho que sempre tive muita sorte por nunca ter passado por algum caso desses. Sempre tive chefes/companheiros de trabalho maravilhosos que me trataram de igual pra igual em todos os momentos. Mas é algo que, infelizmente, fico só no aguardo. O que acontece bastante pela vida, e é algo que me irrita bastante, são homens que se utilizam do meu trabalho ou de algum trabalho que participei como forma de aproximação para "dar em cima".

 

O último caso foi de um cara que veio falar comigo sobre um ensaio fotográfico que fiz com o fotógrafo Humberto Mota (Projeto Felinas e Íntimo). Além soltar um comentário superficial sobre os ensaios, tentou exaltar o próprio trabalho dizendo que as fotos ficariam melhores se tivesse o trabalho dele junto. 

  • Qual a sua citação favorita?

"And we knew no fear as we grew the years. That's the growing up, we've come to love." (Alabama Shakes - Gemini)

ENTREVISTA

bottom of page